SPC e Serasa – Os Piores “Clubes” de que Já Participei

Quem me conheceu já como professor de milionários, empresário bem sucedido ou arrematante de sucesso talvez nem imagine, mas vivi muito tempo no vermelho.

Durante anos eu vivi escravo das contas. Cada boleto que chegava era um susto, cada envelope recebido era motivo de pavor. O carteiro, coitado, devia achar que eu tinha problema com ele.

Eu não escapava nem na época de Natal… os únicos “cartões” que recebia vinham dos clubes de que eu era sócio na época: o clube SPC e o clube Serasa.

Naqueles tempos, eu sempre lembrava das palavras de meu pai: “não existe nada mais sagrado do que o nome da gente”. Mesmo na dificuldade, sempre levei isso muito a sério. A minha prioridade nunca deixou de ser limpar o meu nome.

No entanto, chegou um momento em que eu já não tinha mais controle sobre as minhas finanças. As dívidas pareciam ter ganhado vida própria: engordavam e se multiplicavam seguindo uma lógica própria. Diante delas, eu me sentia impotente. Não tinha forças para lutar contra aquela situação.

Isso já aconteceu com você?

As contas saindo do limite, e você sem ter de onde tirar dinheiro?

Sabendo que sua conduta é correta, mas sentindo que os cobradores, o banco, o mercado, o mundo todo pensa diferente?

Pois bem, essas eram as sensações que tomavam meu coração. E isso só mudou quando entendi que o primeiro passo para sair daquela situação e poder me reerguer era encarar tudo como uma situação temporária.

OK, eu até podia estar endividado, mas sabia que não era caloteiro. Tinha compromissos pendentes, mas havia motivos para isso, e eu faria o possível e o impossível para honrá-los.

Em resumo, ter o nome sujo era uma situação que eu estava vivendo, não uma característica minha.

Quando entendi isso, foi como se tirasse um peso das costas, deixando de carregar toneladas e toneladas comigo onde quer que eu fosse.

Dali em diante, parei de brigar com a realidade. Quando recebia as contas, não abria os envelopes, não entrava em pânico: organizava-as todas numa caixinhas. Se atendia um cobrador no telefone, fazia isso com tranquilidade, explicando a minha situação até para quem não estava disposto a ouvir. Sempre sereno.

Eu sabia que com foco, determinação e planejamento tudo seria resolvido. Fui à luta, reorganizei minha vida e passei a separar um pouco do dinheiro todo mês. Sorteava algumas contas atrasadas para quitar e ia reduzindo a pilha pouco a pouco. Quando um cobrador era rude comigo, eu avisava:

– Esse mês vou deixá-lo de fora do sorteio.

Era uma forma de manter a minha dignidade e, ao mesmo tempo, recompensar as pessoas que eram boas comigo.

Também priorizava as pessoas físicas, os pequenos comércios – enfim, quem precisava mais do dinheiro. Com os grandes, renegociei sempre que possível. Mas o fato é que paguei todos, honrando meus compromissos.

Por que consegui fazer isso? Porque, em um determinado momento, parei de sentir medo e encarei a situação de frente. Eu sabia que faria de tudo para limpar o meu nome, e saber isso me bastava. Parei de me preocupar com o que os outros pensavam de mim e me concentrei em transformar a realidade.

A vida é imprevisível. Nunca sabemos o que nos espera ao dobrar a esquina. Podemos estar por cima hoje e, num piscar de olhos, irmos à falência e contrairmos dívidas. Só há uma coisa que nunca muda: os nossos princípios. É com eles que devemos nos preocupar, pois eles nos permitem viver de modo justo e íntegro. Todo o resto é passageiro.

Por isso, não tenho vergonha de dizer que fui “sócio” do SPC e do Serasa. E digo sempre: Feio não é entrar. Feio é nunca sair.

Se você está envolvido com algum deles, ou com todos, mantenha a cabeça erguida. Olhe para si mesmo no espelho e diga: Eu vou sair dessa. Faça isso agora mesmo! Visualize o seu nome limpo e afaste todo o medo. Encare sua situação como o que ela é de fato: uma etapa de sua vida, repleta de desafios e aprendizados.

Você verá que isso lhe trará um imenso alívio, e esse alívio é o primeiro passo para se livrar de toda e qualquer dívida.