Fala, tchê, tudo bem?

Às vezes eu fico pensando… É engraçado como algumas pessoas ainda carregam dentro de si um instinto primitivo e supõem que a comunicação agressiva é o segredo para obter bons resultados. Como se ainda fossemos homens das cavernas, e gritar mais alto fosse a garantia de ganhar um pedaço maior na hora de repartir a caça.

Por minha experiência, sei que essa atitude pode até dar resultado em alguns casos. Mas se tratam de exceções. A realidade é que esse tipo de comportamento ficou mesmo no passado, e as pessoas bem-sucedidas costumam apostar no poder da gentileza.

Sou capaz de lembrar de muitas situações em que vi pessoas perderem o que queriam por acharem que agindo de maneira agressiva com o próximo conseguiriam alcançar seus objetivos.

Um episódio se destaca dos demais. Aconteceu quando eu era bastante jovem e trabalhava para o meu pai, que na época mantinha uma pequena fabriqueta de toldos e coberturas para automóveis. Como ele se ocupava a maior parte do tempo com sua atividade principal, a construção civil, recaía sobre mim a tarefa de fazer as medições para esses toldos.

Assim, fui visitar um cliente. Eu devia ter algo entre 16 e 17 anos. Não sei se foi pela minha idade, ou se o sujeito estava de mal com a vida, mas o fato é que o cliente me agrediu com suas palavras do início ao fim da visita. Não chegou a usar palavrões, mas me tratou o tempo todo de um jeito muito rude. E a verdade é que saí dali de má vontade.

Já naquela idade fui capaz de fazer a reflexão: não seria melhor para nós dois se ele houvesse me tratado bem? O meu dia teria sido mais leve, e eu me esforçaria para entregar o material antes mesmo do combinado, como fiz tantas vezes.

Será que ele não entendia que, sendo tão rude com os outros, ele faria com que as pessoas agissem por medo? E será que não sabia que o medo é um péssimo motivador?

Anos mais tarde, encontrei um bom exemplo desse raciocínio quando assisti com meus filhos ao desenho Monstros S.A., da Disney. O filme conta a história de uma fábrica que converte sustos em energia elétrica. Dela depende todo o fornecimento de energia da cidade Monstrolândia.

O protagonista do filme é um monstro bastante atrapalhado e pouco assustador. Ele anda em maus bocados, porque não consegue meter medo nas crianças e não consegue cumprir sua meta de geração de energia.

Uma bela noite, ele entra no quarto de uma criança para dar um susto nela e acaba tropeçando. Faz um imenso estardalhaço. “Pronto, ele pensa, agora eu vou ser despedido”. Mas, para sua surpresa, ocorre algo inesperado: ao invés de se assustar e começar a chorar, a criança cai na gargalhada.

E assim ele descobriu que a gargalhada gerava 10x mais energia que o medo.

Claro, é apenas um filme infantil, mas essa é uma mensagem preciosa. O que o desenho nos diz é que a simpatia e a cooperação trazem muito mais resultado que a coerção. Até as crianças são capazes de entender disso.

As pessoas precisam entender que gentileza e cordialidade não têm nada a ver com fraqueza. É possível ser firme e educado ao mesmo tempo. Existem, sim, situações em que é preciso apertar o cerco, mas são raríssimas exceções. Na maioria das vezes, se você quiser obter sucesso, precisa lembrar que o riso é 10x mais potente que o susto.

Para resumir a ideia em uma frase: se quiser mel, não bata na abelha.

Até hoje, muitas pessoas confundem as coisas e agem de forma agressiva. Em minha trajetória profissional, descobri que isso é um tiro no pé. Na área dos leilões de imóveis, em que sou muito atuante, ser cordial com escrivães, juízes e, principalmente, síndicos e porteiros de edifícios me já me rendeu dicas valiosas na hora de fazer um arremate. Eu não teria o sucesso que tenho nessa área se fosse mal-educado ou agressivo com qualquer uma dessas pessoas.

O mais interessante é que, em muitos desses casos, eles também saíram ganhando, ao se livrarem de moradores mal-educados ou simplesmente por não terem ninguém atrapalhando seu trabalho.

Ser educado e gentil com todos não custa nada, e melhor, ainda pode render dinheiro. Também nos ajuda a construir uma sociedade mais acolhedora e nos dá tranquilidade ao encostar a cabeça no travesseiro à noite.

Essa é a minha dica de hoje.

E você, já foi oprimido por alguém que acreditava que se daria bem com isso? Conte-me a sua experiência!

Um abraço do Granvas e uma ótima semana!

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